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FILOPARANAVAÍ

domingo, 18 de abril de 2010

APONTAMENTOS DE FILOSOFIA por Lucio Lopes. Da palavra Filosofia e outras questões


O que significa a palavra filosofia? 

FILOSOFIA → do GREGO → FILO (PHILIA) = Amizade, Amor Fraterno / SOFIA (SOPHIA) = Sabedoria'. Philia (em grego: φιλíα; transl.: philia, filia) retirado do tratado de Ética a Nicômaco de Aristóteles, o termo é traduzido geralmente como "amizade", e às vezes também como "amor". Sophia: Significa “sabedoria” e 'sabedoria divina'. Sophia tem origem no grego sophia, que quer dizer literalmente “sabedoria” 

Podemos criativamente compreender FILOSOFIA como amor e/ou amizade pela sabedoria/conhecimento. Donde, FILÓSOFO é aquele que tem amor e/ou amizade pela sabedoria/conhecimento. Aquele que busca a sabedoria/conhecimento. Ainda que sabedoria e conhecimento sejam coisas distintas, o filósofo deve ter como objetivo a conquista de ambas pois o conhecimento é que permitirá a sabedoria.

Entre os antigos, a filosofia é uma ciência, a do conhecimento racional, tornou-se entre os modernos sinônimo de questionamento sobre a natureza do homem e seu significado.

Definições de filosofia segundo os  Antigos: 
- Aristóteles: "A filosofia é justamente chamada de ciência da verdade" (Metafísica).
- Epicuro: “A filosofia não é uma ciência pura e teórica, é uma regra prática de ação; muito mais é em si uma ação, uma energia que traz vida abençoada através de discursos e raciocínios ”(Maximes).
- Marco Aurélio: “A filosofia é manter seus demônios internos a salvo da indignação, inocentes, superiores ao prazer e à dor, sem deixar nada ao acaso e, especialmente, esperando uma morte propícia ao pensamento” (Pensamentos por mim próprio - Baixe aqui o livro Meditações de M.A.).

Definições de filosofia segundo os Modernos:
- Pascal: "Tirar sarro da filosofia é realmente filosofar" (Pensamentos).
- Descartes: “Essa palavra de filosofia significa o estudo da sabedoria e, por sabedoria, entendemos um conhecimento perfeito de todas as coisas que o homem pode saber, tanto pela conduta de sua vida quanto pela preservação de sua saúde e bem-estar. a invenção de todas as artes” (Discurso sobre o Método). 
- Descartes: “Toda filosofia é como uma árvore, cujas raízes são metafísicas, o tronco é a física e os ramos que dela saem são todas as outras ciências, medicina, mecânica e moral” (Discurso sobre método).
- Kant: “A filosofia é um sistema de conhecimento racional baseado em conceitos” (Metafísica das maneiras). 
- Hegel: "A filosofia é o fundamento do racional, é a inteligência do presente e do real, e não a construção de um além do qual seria Deus sabe onde" (Princípios da filosofia do Direito)
- Schopenhauer: “A filosofia nasce do nosso espanto em relação ao mundo e à nossa existência” (O mundo como vontade e como representação).

Definições de filosofia segundo os contemporâneos 
- Husserl: “Quem quiser se tornar um filósofo terá que se entregar uma vez na vida” (Meditações Cartesianas).
- Wittgenstein: "A filosofia não é uma das ciências naturais".



ATITUDE FILOSÓFICA

Quero lembrar que o filósofo Immanuel Kant  (1724–1804) - que foi um filósofo alemão representante do  Iluminismo no final do século XVIII, sendo que seu trabalho mais conhecido é a Crítica da razão pura - nos alertava que  "não se aprende filosofia,  aprendemos a filosofar". A filosofia não poderia, portanto, ser aprendida, ao contrário de outras disciplinas. Transpostos ao ensino, geralmente entendemos que isso significa que a filosofia é uma prática, não um conhecimento teórico, e que, ao ensinar e aprender filosofia, não ensinamos nem aprendemos filosofia, mas como filosofar. E filosofar é um exercício que apenas o sujeito pode acionar. Filosofar é em primeiro lugar um exercício solitário que obviamente pode e deve ser posto nas relações intersubjetivas no sentido de colocar os pensamentos gerados no crivo da criticidade para explorar a real consistência dos mesmos.

Para estudar Filosofia e/ou filosofar,  temos que que ser capazes de interrogar a vida cotidiana em sua totalidade - isto  é, a nossa vida e a vida toda que nos cerca no sentido de uma cosmovisão totalizante; interrogar a si, desejando conhecer por que cremos, no que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos. 

Estar abertos à abandonar o VELHO e assumir o NOVO. Saber lidar com a crise existencial, sabedores de que da CRISE nascerão coisas novas e melhores. Estar dispostos a perseguir as verdades em todos os âmbitos da vida: Mundo, Sociedade e de si mesmo. Pensar por si mesmo, ser dono de seus próprios pensamentos, porém, sem arrogância, sempre abertos a revê-los, confrontá-los, e quando necessário modificá-los. 

Diante de todas as verdades apresentadas como absolutas, colocar a DÚVIDA. Decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido. 

Dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às ideias da experiência cotidiana, ao que “todo mundo diz”, ao estabelecido. Interrogar sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. Questionar sobre o porquê disso tudo  e sobre como tudo isso é assim e não de outra maneira. O que é? Por que é? Como é? Essas são as indagações fundamentais da atitude filosófica.

ATIVIDADE FILOSÓFICA

Na simplicidade e humildade Socrática: SÓCRATES (470-399), SÉCULO III, “SÓ SEI QUE NADA SEI”. Ainda que um único homem pudesse ler todos os livros que estão em todas as bibliotecas do mundo, ainda assim este homem continuaria sendo ignorante diante do conhecimento a ser conquistado... Portanto, o estudante de Filosofia / que deve ser Filósofo ao mesmo tempo, tem que ser capaz de exercer a ATIVIDADE FILOSÓFICA EM TODOS OS MOMENTOS DE SUA VIDA, NÃO PARA SER MELHOR QUE OS OUTROS, MAS PARA SER MAIS HUMANIZADO E AJUDAR NA HUMANIZAÇÃO DOS HOMENS EM GERAL: • REFLEXÃO CRÍTICA • RACIONAL• RADICAL• PROFUNDA • SISTEMÁTICA.

Importante aqui lembrar Tales de Mileto, que segundo Aristóteles e uma tradição grega antiga, fora o primeiro filósofo, reconhecido também como cientista e matemático. Ele também é visto como político, se levarmos em conta sua participação no grupo dos "Sete Reis Magos".

GRÉCIA – VII ou VI a.C. → Primeiro filósofo a desenvolver um problema filosófico TALES de MILETO.

A referência a TALES é importante para compreendermos o que é filosofar, pois enquanto identificado como o primeiro filósofo é de uma valor simbólico muito importante para a Filosofia. O fato não se deve às respostas dadas por ele em relação aos problemas filosóficos dos quais tratou como pré-socrático em sua busca pelo "princípio" (arché) da origem e composição do Universo, recorrendo para isso à natureza (physis), mas sim à forma substancial do método que utilizou para buscar essas respostas, ou seja, inaugurou a atividade filosófica.

Em suma, o contexto de Tales era este: O que marca o surgimento da Filosofia é seu caráter racional. Os filósofos passam de uma explicação mitológica do mundo para uma explicação racional. Ao perceberem as contradições e limitações dos mitos, eles reformulam e racionalizam as narrativas míticas, transformando-as em uma explicação inteiramente nova e diferente. A Filosofia – Cosmologia / PROBLEMAS que os primeiros filósofos trataram. Conhecimento racional da ordem do mundo ou da Natureza. O mito falava em deuses, como Zeus, Perséfone e Gaia. Narrava a origem dos seres celestes e terrestres como derivados das relações com os deuses - O sobrenatural-sagrado misturava-se ao natural-profano, praticamente sendo a mesma coisa. Todos os fenômenos da natureza, no mito, encontram uma explicação a partir das forças sobrenaturais/divinas.

A Filosofia por sua vez, fala em céu, mar e terra também. Mas ela explica o surgimento desses seres por composição, combinação e separação dos quatro elementos – úmido, seco, quente e frio, ou água, terra, fogo e ar. 

O mito narrava a origem através de genealogias derivadas de forças divinas sobrenaturais e personalizadas. 

A Filosofia, ao contrário, explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais. 

O mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham sido no passado imemorial, longínquo e fabuloso, voltando-se para o que era antes que tudo existisse tal como existe no presente. 

A Filosofia, ao contrário, se preocupa em explicar como e por que, no passado, no presente e no futuro (isto é, na totalidade do tempo), as coisas são como são; O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e o incompreensível, não só porque esses eram traços próprios da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador e a autoridade residia nos DEUSES. 

A Filosofia, ao contrário, não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional; Além disso, a autoridade da explicação não vem da pessoa do filósofo, mas da RAZÃO, que é a mesma em todos os seres humanos.


Filósofo é o amigo da sabedoria, do conhecimento. Aquele que ama, busca e respeita o saber, o conhecimento.

A Filosofia é uma ATIVIDADE REFLEXIVA RACIONAL SISTEMATIZADA. Em suas origens a Filosofia era exercida pelos cidadãos, ou seja, homens livres da Grécia. 

Na Grécia Antiga só os gregos nascidos em território grego eram cidadãos. Escravos, mulheres, crianças e estrangeiros não eram contados como cidadãos e nem possuíam esse título. 

A Democracia vivenciada por cidades como ATENAS possibilitava a participação dos cidadãos nas discussões políticas em praça pública, sobre os problemas e destinos da cidade, exigindo opiniões fundamentadas em argumentos válidos e que deviam ser colocados à prova filosófica no embate com as opiniões alheias. Essas opiniões deviam ser demonstradas de forma clara, objetiva, lógica. O recurso demonstrativo era a RETÓRICA, a arte de Falar Bem em Público.

Pitágoras = filósofo grego (séc.V a.C.) responsável pela invenção da palavra “Filosofia”. Sabedoria plena e completa pertence aos deuses. Homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.


A IMAGEM QUE SE TINHA DO FILÓSOFO 
NEGATIVA

Não é movido por interesses comerciais ou financeiros;

Não coloca o saber como propriedade sua;

Não é movido pelo desejo de competir;

Não faz das idéias e dos conhecimentos uma habilidade para vencer competidores;

POSITIVA

É movido pelo desejo de observar, contemplar, julgar e avaliar a vida;

É movido pelo desejo de saber.
  
No geral, a Filosofia tem aversão às verdades caracterizadas e fundamentadas em dogmas (verdades absolutas que não possibilitam a contestação). A Filosofia existe pela DÚVIDA. A Dúvida é a alma da Filosofia. É a Dúvida o elemento mais essencial da Filosofia; é o elemento deflagrador da atividade filosófica e esse elemento brota da capacidade de espantar-se, de admirar-se diante do desconhecido. 

A Filosofia não pode em hipótese alguma ser identifica com crença religiosa. A Filosofia não tem respostas prontas, é um exercício racional sistematizado infindável na busca pela VERDADE. Ela se faz pela DÚVIDA que leva à → PROBLEMAS → que por sua vez, levam à respostas → que caem em novos problemas deflagrados pela DÚVIDA suscitando um movimento sempre latente e cíclico. A Filosofia é um bem da humanidade e deve ser colocado à serviço da VIDA e da LIBERDADE, sempre.

A VERDADE desde a concepção da Filosofia Antiga:

Não pertence a ninguém;

Não é um prêmio conquistado por competição;

Está diante de todos nós;

É algo a ser procurado;

É encontrada por todos aqueles que a desejarem, que tiverem olhos para vê-la e coragem para buscá-la.


Para chegar à verdade o HOMEM precisa abandonar preconceitos, crenças, fechadas em si mesmas, abrir-se ao diálogo com o diferente, visitar a história humana em todas as suas etapas, conhecer as bases das diversas formas, e/ou, conjuntos, e/ou, modalidades de saberes, e/ou, conhecimentos, a saber: ARTÍSTICO, RELIGIOSO, MITO, SENSO COMUM E CIÊNCIA. O Homem que não aprendeu a dialogar com os conteúdos destas modalidades em uma saudável interação, terá maiores dificuldade de aproximar-se da verdade plena.

Nenhuma modalidade de conhecimento é superior às outras, são apenas formas, e/ou, possibilidades de conhecimentos construídas pelo Homem desde o início de seu processo evolutivo. Até mesmo o Senso Comum, o conhecimento atual e básico que todos nós recebemos espontaneamente desde nosso nascimento, é de extrema importância. O FEIO é ficar sequestrado dentro dos limites de suas fronteiras quando podemos decidir ultrapassá-las, como dizia IMMANUEL KANT, o Filósofo da Filosofia Crítica Moderna, é necessário rompermos essas fronteiras do Senso Comum e nos aventurarmos no mundo do Saber até conquistarmos a Consciência Crítica, a MAIORIDADE DA RAZÃO (No texto 'O que é Esclarecimento', Kant nos explica que Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado se podendo não desejar abandoná-la. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo).


O DESPERTAR FILOSÓFICO GREGO ANTIGO
O NASCIMENTO DA FILOSOFIA

► Gregos

Começaram a fazer perguntas e buscar respostas para a realidade;


As questões existenciais, ou seja, OS PROBLEMAS do cotidiano grego, para os primeiros filósofos, já não podiam mais ser respondidos apenas pelo MITO, pelo RELIGIOSO e pelo ARTÍSTICO. 

A sociedades grega já possuía uma organização mais complexa e exigia respostas diferentes a estes problemas, diferentes daquelas possíveis pelas modalidades de conhecimentos utilizadas naquele momento histórico. Estes problemas brotavam de três dimensões da vida humana: MUNDO (COSMO, NATUREZA, UNIVERSO); SOCIEDADE (POLÍTICA); SER HUMANO (ANTROPOLOGIA): os filósofos defendiam que estes problemas podiam ser conhecidos pela razão humana.
  
PARA OS FILÓSOFOS:

Pensadores gregos:

Verdade do mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso;

Verdade podia ser conhecida por todos por meio das operações mentais de raciocínio;

Linguagem respeita as exigências do pensamento;

Conhecimentos verdadeiros podem ser transmitidos e ensinados a todos.

ATIVIDADE FILOSÓFICA, por eles proposta, tinha estas características gerais: 

Tendência à racionalidade

Recusa de explicações preestabelecidas

Tendência à argumentação

Capacidade de generalização

Capacidade de diferenciação = análise
  
RESULTADO QUE FOI LEGADO (HERANÇA), DEIXADO PARA TODOS NÓS:

Conhecimento = leis e princípios universais

Verdade = provas ou argumentos racionais

Conhecimento não se impõe aos outros

Conhecimento deve ser compreendido por todos

Capacidade de pensar e conhecer é a mesma em todos os seres humanos

Conhecimento só é verdadeiro quando explica racionalmente seus objetos

Natureza segue uma ordem necessária

Opera obedecendo a leis e princípios necessários e universais;

Essas leis podem ser plenamente conhecidas pelo nosso pensamento: Surgimento da cosmologia / Surgimento da física.

A razão (ou o nosso pensamento) também opera obedecendo a princípios, leis, regras e normas universais e necessários.

Podemos distinguir o que é verdadeiro do falso;

Razão obedece à lei da identidade, da diferença, da contradição e da alternativa.

O agir humano exprime a conduta de um ser racional dotado de vontade e de liberdade

As práticas humanas não se realizam por imposições misteriosas e incompreensíveis (forças secretas, invisíveis, divinas e impossíveis de serem conhecidas)

Seres humanos naturalmente aspiram:

Ao conhecimento verdadeiro (pois são seres racionais)

À justiça (pois são seres dotados de vontade livre)

À felicidade (pois são seres dotados de emoções e desejos)

Os seres humanos instituem valores pelos quais dão sentido às suas vidas e às suas ações.


ANTES DE TERMINAR, aquela pergunta que fazem os atuais 'prisioneiros da caverna platônica': AFINAL DE CONTAS PARA QUE SERVE A FILOSOFIA???


A filósofa Marilena CHAUI, responde, na introdução de sua obra “Convite à Filosofia”:

[1] Se abandonarmos a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil;

[2] Se não nos deixarmos guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; 

[3] Se buscarmos compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil;

[4] Se conhecermos o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências, na ética e na política for útil;

[5] Se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil;
  
Então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes. 

Fontes consultadas:

ARANHA Maria Lúcia de Arruda, MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 2.ed. São Paulo: Moderna, s.d.
CARDOSO, Osvaldo e outros. Filosofia: Ensino Médio (Livro Didático da S.E.ED./PR). 2 ed. Curitiba: SEED, 2006.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 6.ed. São Paulo, Ática,1997.
CHAUI, Marilena, OLIVEIRA, Pérsio S. Filosofia e Sociologia. São Paulo: Ática, 2007.
DELEUZE, Gille, GUATARI, Felix. O que é a Filosofia? Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.
DURANT, Will. A história da Filosofia. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000.
REZENDE, Antonio e outros. Curso de Filosofia. 13. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.

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