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FILOPARANAVAÍ

domingo, 9 de fevereiro de 2014

FILOSOFIA POLÍTICA: Cidadania e Enfrentamento




Professor PDE*: Edimar Eugenio 
Tema: O ENSINO DE FILOSOFIA E A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA. 


Texto 6 - Cidadania e Enfrentamento 

Revolução: é uma manifestação de mera violência explicita ou direito legitimo de conquista? 


Quando novos questionamentos ameaçam a ordem vigente e aos padrões tradicionalmente estabelecidos a palavra de ordem é sempre a mesma - "Paz Sim, violência Não!" ou "Fraternidade Sim, não a Violência!". Mas o que significa paz e o que significa violência? 

A paz do vencedor difere do derrotado. Ao longo da história parece-nos que a conquista de direitos e o estabelecimento da paz em nações tais como Inglaterra, França e muitos outros, foi traduzida a partir de dramáticos e até sangrentos conflitos internos e externos. Atualmente, parece não haver mudanças quanto à ambiguidade desse conceito, por exemplo, os Estados Unidos, a "pátria dos livres", parece que só conhecem uma forma de implantar a liberdade e a paz nos países por onde levam a sua "ajuda" humanitária: o uso da violência da guerra. 

De acordo com a definição, a "violência" é uma ação com vigor e intensidade que causa intimidação ou dano moral e até mesmo físico sobre uma pessoa, grupo ou outro ser vivo. Já a "conquista", em se tratando de sociedade, está relacionada a vencer, alcançar, adquirir, atingir, etc. com termos mais amenos e não tanto repulsivos como a palavra violência. Embora a ele também se possa associar noções como por meio da "força" das armas, do trabalho e da disputa. 

Por assim resumir, tanto violência como conquista, estão imbricadas sob um mesmo ponto de vista: a Revolução. Em sociedade, não há uma conquista puramente amorosa e consentida nem uma violência ausente da dor quando o objetivo maior é a garantia de liberdades e direitos para todos. Sendo assim, não há mudanças sem certa dose desses dois ingredientes revolucionários. Toda mudança, seja ela de mentalidade ou mesmo de hegemonia, no sentido gramsciano causa desconforto dos envolvidos e mais, exige comprometimento a toda prova de seus agentes revolucionários, como descreve Arendt, H. (1990, p. 34 e 38): 

Nada poderia estar mais distanciado do significado original da palavra 'revolução' do que a ideia que se apoderou obsessivamente de todos os revolucionários, isto é, que eles são agentes num processo que resulta no fim definitivo de uma velha ordem, e provoca o nascimento de um novo mundo. 

Para os adeptos da tão honrosa busca e tão desejável paz, resta ao menos refletir sobre alguns elementos teóricos e práticos dessa ideologia. 
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Referência: 
ARENDT, Hannah. Da revolução. São Paulo: Ática, 1990. p.17, 23, 34 e 38.

Filoparanavai 2014

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